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Como sobreviver à maratona de festas

IMG_6337-1.JPGAs festas de aniversario já não são o que eram. As crianças, de hoje, não se contentam com uma simples festa em casa e lanche preparado pela mãe (salvo algumas exceções). Pelo contrário querem a festa no lugar XPTO, com um lanche XPTO, onde os amigos também festejaram. E assim, em alguns casos, participam em várias festas no mesmo local várias vezes no ano.

Haja criatividade e boa disposição para enfrentar esta maratona de festas. Por mim falo, que chegam a ser quatro festas repartidas por sábado e domingo.

Além da gestão do tempo familiar, que mais parece uma corrida olímpica, não podemos esquecer o impacto das festas no orçamento familiar. Isto porque, a famosa prenda é um aspeto de grande importância para crianças e para muitos pais.

Ao pensar no tema dei por mim a interrogar-me: porque damos presentes? Porque ensinamos os nossos filhos a fazê-lo? Como atribuímos o valor ao presente? como explicamos o valor do presente à criança?

Pois bem, descobri (não que não soubesse) que dar presentes é um ato de expressar sentimentos, retirando de nós algo que poderíamos utilizar para proveito próprio. Também damos presentes porque gostamos de ver a outra  pessoa sorrir e de sorrir com ela. Os presentes para serem especiais têm que ser pensados e escolhidos com o coração, independentemente do seu valor. É precisamente aqui que gostava de refletir um pouco convosco. Será que é isso que temos transmitido aos mais pequenos?

Conheço algumas crianças que deixam de ir a festas porque não podem dar presentes. Sei falar no exagero de consumo que se gera a partir destes momentos e muitas vezes a criança nem gosta de alguns presentes.

Com o intuito de facilitar a corrida às festas, partilho aqui algumas formas de gerir a questão das prendas, juntando o útil ao agradável, rentabilizando necessidades e recursos.

Dicas úteis:

  • Prenda coletivas ( permite oferecer algo de maior valor e que a criança deseja, com menor valor para cada um)
  • Personalização de presentes ( versão “homemade”, recomendo vivamente, principalmente pelos valores que se transmitem neste processo)
  • oferta de experiências ( ex: uma ida ao cinema com o(a) amigo(a)
  • donativo a instituição de apoio social (dependendo da idade e do grau de compreensão, pode ser uma boa opção para sensibilizar as crianças para a importância de ajudar e partilhar).

Dúvidas e partilhas

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Brincar na infância!

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Nos últimos tempos tem-se escrito bastante sobre a importância de brincar para o desenvolvimento da criança. Por vezes, questiono se o tema ecoou na nossa sociedade.

O brincar que é algo natural da infância, está a ser tratado como algo meramente artificial, comandado e orientado pelos adultos. Continuamos a assistir à “adultização” da criança em busca da sua perfeição.

O que mudou nas crianças ao longo do tempo? Terá sido a visão do adulto a respeito da criança? Ou será que a sociedade competitiva assim o exige ?

Lembro-me de quando era criança e brincava no quintal da minha avó. Uma vezes sozinha, outras com uma amiga que vivia na casa ao lado. Lembro-me como se fosse hoje… tinha tachinhos, pratos, colheres, copos e passava horas a fazer comidas com elementos da natureza (folhas, terra, sementes, pedras, água). Há, também tinha bonecas que adorava despir e vestir. Que delícia!

Naquele tempo não havia pressa, a minha avó estava em casa, não tinha telemóvel, não havia Facebook, Twitter nem instagram, os desenhos animados só davam de manhã e ao fim da tarde. Eu não tinha videojogos ou mil e uma atividades para frequentar. Ao contrário daquele tempo, hoje temos tudo e mais alguma coisa, mas contraditoriamente não temos tempo (seja ele físico ou psicológico) para deixar que as nossas crianças experimentem o verdadeiro sabor do brincar. Temos tudo e não temos nada. Queremos tudo e nada satisfaz. Vivemos hoje o que queremos ser amanhã… e as crianças, mestres em imitar-nos vão seguir o modelo. Será por este motivo que encontramos mais crianças stressadas, mal humoradas, perdidas, frustradas, insatisfeitas… crianças que pela carência de tempo de brincadeira em dose certa, não aprendem a lidar com medos, ansiedades e frustrações? Bruner (1983), refere que a brincadeira livre proporciona à criança a oportunidade […] de atrever-se a pensar, a falar e de ser ela mesma”.

Parece-me que um tema, tão falado, continua a não ter a atenção merecida. Diria mais estamos a assistir a uma desresponsabilização em oferecer às crianças os espaços e tempos propícios a brincadeiras de “verdade”. Estamos sempre a tempo… desde que sejamos  capazes de redefinir prioridades e atuar enquanto é tempo.

É no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança ou o adulto fruem na sua liberdade de criação.” (Donald Winnicott)

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Conceição Pereira 
Amor d`3ducação
Publicado em brincar, Educação, familia, infância, Parentalidade consciente, Rotinas

Sugestões para melhorar o tempo em família!

image3Há muito que se fala na tendência desenfreada dos pais para ocupar os filhos em actividades na esperança que sejam melhores, que desenvolvam novas competências ou que descubram um talento inesperado, motivo de orgulho para a família.

Curiosamente, o verbo “ocupar” no dicionário é descrito como “estar na posse, preencher, dar ocupação a…, ser objecto de…, dedicar-se ou consumir tempo”. Hoje em dia a vida de muitas crianças, está preenchida de actividades e de brinquedos, mas com falta de momentos de qualidade em família,  onde se possam expressar e desenvolver em pleno.  Como pais podemos a qualquer momento, identificar a necessidade dos filhos e gerar mudanças na rotina que permitam interacções positivas em família. O tempo investido na relação, irá redundar em qualidade de vida de pais e filhos.

Partilho aqui algumas sugestões para melhorar a interacção Pais-Filhos:

  • Comemorar pequenas conquistas
  • Incentivar a partilhar tempo com a criança
  • Desligar os aparelhos electrónicos para dar espaço à comunicação
  • Proporcionar o contacto com a natureza e jogos cooperativos
  • Envolver a criança nas rotinas de vida diária (promova a participação em tarefas de acordo com a idade)
  • Responsabilizar a criança para as consequências das suas escolhas ou ações
  • Privilegiar experiências ao invés de bens materiais
  •  Promover a autonomia e independência (dê orientações, não dite regras).

 

“Ousarei expor aqui a mais importante, a maior, a mais útil regra de toda a educação? É não ganhar tempo, mas perdê-lo”.
(Jean-Jacques Rousseau)

 

Conceição Pereira 
Amor d`3ducação