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Como ajudar a criança que tem medos?

No trabalho que desenvolvo com pais e crianças, surge com frequência a mesma questão: Como ajudar a criança a ultrapassar os seus medos?

Antes de mais será importante desmistificar que o medo é uma emoção básica e fundamental para a sobrevivência. No fundo, fazem parte do desenvolvimento natural da criança e surgem maioritariamente na primeira infância. Isto não invalida que, por circunstâncias especificas, ou alterações de vida, não possam surgir noutra idade. Os medos invadem o psíquico da criança e trazem à evidência sintomas e queixas que nem sempre são completamente compreendidas. As queixas mais frequentes são: dores de barriga, dores de cabeça, sensibilidade extrema, recusa alimentar ou perturbação do sono.

Como pais, sentimo-nos impotentes perante situações que não controlamos e ver a criança em sofrimento não é uma tarefa nada fácil. Na maioria das vezes assumimos atitudes ou comportamentos que visam a fuga ou camuflagem do medo, agindo a favor da nossa defesa emocional ( é ou não é?). Outras vezes na melhor das intenções de libertar a criança, tendemos a relativizar e ignorar o que a criança diz. Nesta situação é conveniente evitar rir ou desvalorizar as emoções da criança. Independentemente da nossa interpretação da situação, existe um medo que precisa ser cuidado, para ser bem gerido, integrado e ultrapassado. Assumirmos que ele existe e agir com naturalidade é uma excelente abordagem e meio caminho para encontrar uma solução. Afinal é isso que queremos!

A tua criança tem um medo que teima em ficar? Esse medo está a trazer consequências para o seu bem-estar físico ou emocional? Existem alterações ao nível do sono, alimentação ou aprendizagem?

O que já fizeste? Resultou?

Como Coach infantil e mãe posso dizer-te que existem formas eficazes de ajudar a criança. Aproveito esta partilha para te contar uma situação com a minha filha. Não sendo uma criança com muitos medos, no período inicial da 1ª temporada do confinamento, começou a pedir a presença para adormecer e a acordar a meio da noite, com sonhos maus. Durante o dia, ao conversámos sobre o que sentia, contou-me que havia um “monstro” debaixo da cama e que por isso tinha medo de estar ali sozinha. Aceitei como uma criança tudo o que me disse, liguei-me emocionalmente ao que sentia, mostrei compreensão e assumi que era algo normal e que transmiti-lhe também eu passei por isso em criança. Fiz-lhe algumas perguntas poderosas, brinquei com o tema ( ajudei-a a visualizar características do monstro… até teve direito nome). Por fim, partimos em busca da solução. Para isso fiz-lhe mais duas perguntas: Se fosses mágica, o que fazias para mandar o monstro embora? e o que podemos fazer aqui no quarto para que ele não entre mais? Em pouco tempo, tinhamos a solução: borrifar o chão em volta da cama, como liquido mágico ( que só as mães têm a formula H2O) para repelir o monstro e assim sentia o cheiro e nunca mais se poderia aproximar do quarto. Este método foi utilizado apenas nos três primeiros dias… Por incrível que pareça a partir deste dia este medo foi ultrapassado e as noites regressaram à normalidade.

Partilho aqui os primeiros passos para ajudares a tua criança ( estudei, apliquei e funcionou).

1- Ouve o que a criança diz com atenção plena ( com corpo, cérebro e coração)

2 – Valoriza o que diz ( sem julgar, desvalorizar, mostrando empatia)


3 – Observa as suas reações, emoções e comportamentos ( sem querer controlar, manipular ou condicionar)


4 – Mostra-lhe que juntos vão encontrar soluções para ultrapassar esse medo


5 – Contar histórias relacionadas com aquele medo e deixar que a criança participe

6- Faz-lhe perguntas poderosas. Por incrível que pareça as respostas, na maioria das vezes, estão no lado de dentro.

Acreditas que é possível? Precisas de ajuda.

https://www.amordeducacao.com/

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Rotinas pelos olhos da mãe

Como mãe tenho especial interesse nas temáticas que envolvem a educação parental. Desde o nascimento do primeiro filho que tive que ajustar rotinas em casa, tendo presente a importância desta opção. É perfeitamente normal existir alguma dificuldade inicial, porque os pais também precisam de se adaptar à chegada do novo membro da família e conhecer as suas necessidades. Recordo-me que a minha maior dificuldade foi estabelecer hábitos na rotina da alimentação, pelas características da amamentação e por nem sempre conseguir identificar o momento para fazê-lo. Este é, sem dúvida, um grande desafio pessoal, associado à grande responsabilidade de ter um ser que depende exclusivamente de nós. Ao nível das demais rotinas principais, sono e higiene, é igualmente fundamental definir horários e pô-los em prática. No meu caso, integrei o banho ao fim do dia, antes da refeição, que mais tarde viria a coincidir com a hora de jantar. De seguida e após momento de higiene da fralda, seguia-se o momento de acalmia (música, história, luzes de intensidade baixa, ausência de estímulos visuais excessivos) como preparação para o sono noturno. Ainda em relação à rotina do sono, desde o primeiro mês, que durante o dia, punha o meu filho na alcofa dentro do berço, para se adaptar ao seu espaço (objetos, cores e cheiros) e aos poucos apropriar-se deste mesmo espaço. Esta prática veio a consolidar a rotina e favorecer o processo de independência e segurança no momento de dormir. Quando estava acordado punha-o na sala ou na cozinha ao pé de mim. Estes pequenos hábitos revelam-se importantes à medida que a criança cresce, fomentando a organização interna e a sua autorregulação.

E por aí como vão as rotinas?

Sentes alguma dificuldade em estabelecer regras e rotinas?

O Coaching parental é uma excelente ajuda!

Sabe mais: https://www.amordeducacao.com/

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Emoções às cores

Mentes criativas transformam o mundo! E com esta frase começou esta aventura.

Duas mães, ambas com uma visão semelhante em relação à vida e às inúmeras vantagens de pensar fora da caixa, trilharam um caminho de possibilidades e em meio a algumas conversas resolveram empreender num projeto inovador, criativo e um excelente aliado para as famílias.

Assim surgiu a 4SmartKids, uma parceria entre mim, Conceição Caleira, educadora de infância especializada em Educação com base numa prática centrada na diferenciação pedagógica, e Helena Coelho, consultora em sustentabilidade ambiental e fundadora da MyEcoBaby, uma loja de eco-puericultura que preza por produtos eco-sustentáveis para toda a família, desde a infância.

Ao longo de vários meses desbravámos um caminho desconhecido e entregámos o nosso entusiasmo e profissionalismo para criar memórias positivas reveladoras de aprendizagens significativas. Com uma abordagem lúdica e divertida, acreditamos ser possível crescer melhor e tornar a vida de pais e filhos mais colorida.

A 4SmartKids foi pensada e estruturada para apoiar pais, avós, e educadores em contexto pré-escolar, apresentando-se como uma excelente ferramenta para estimular a criança de forma divertida e única. Todas as 4SmartKids têm um kit de atividades por tema e foram pensadas para crianças dos 3 aos 6 anos.

A primeira caixa é uma viagem ao mundo das emoções, onde crianças e adultos vão descobrir e redescobrir momentos gratificantes que, certamente, ficarão na memória de todos.

Educar a Emoção é permitir desenvolver o potencial cerebral de uma criança. É uma tarefa exigente e  ambiciosa, porém possível e com resultados extraordinários. Acreditamos que é urgente ensinar a saborear a vida, olhar para o que nos rodeia, despertar os sentidos, retirar o melhor partido dos poucos momentos em que conseguimos interagir com a criança.

Todas as caixas têm um kit de atividades por tema e foram pensadas para crianças dos 3 aos 6 anos. Estas atividades ajustam-se às necessidades e competências de cada criança, bem como à curiosidade intrínseca associada a cada fase do seu desenvolvimento, aumentando os recursos de aprendizagem e exploração de materiais por parte das famílias. Permite também a exploração de novos caminhos ligados à gestão de emoções, criatividade, motricidade, desenho, concentração, sempre através de momentos descontraídos e tranquilos em família!

Queremos com a 4SmartKids, que as crianças consolidem competências que irão trazer benefícios do ponto de vista cognitivo, potenciar a sua autoestima, independência e autonomia, sentido de interajuda, consciência de si como aprendiz e importância da partilha, contribuindo para um futuro melhor em sociedade.

Como ajudar a criança a desenvolver inteligência emocional? Como permitir que a criança aprenda a gerir as suas emoções? O que podemos fazer para estimular a criança a expressar e comunicar o que sente?

Faça hoje a sua encomenda, da 1ª edição e experimente as inúmeras vantagens de ter uma criança emocionalmente consciente, feliz e capaz de se adaptar às exigências presentes e futuras.

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Existem receitas mágicas?

IMG_3658Hoje queria escrever algo realmente relevante, que tivesses a ver com o nosso dia-a-dia, as nossas dificuldades como pais e educadores. Partilhar ideias e experiências significativas é algo extraordinário!

Quando nos vemos com um filho nos braços, surge naturalmente o desejo de lhe dar o nosso melhor. E esta é a nossa grande missão: educar um ser maravilhoso, que amamos indiscutivelmente, para que ele seja autónomo, competente para viver em sociedade e que, nesse caminho, encontre mil e uma razões para ser feliz.

Aos nossos filhos temos o dever de transmitir a informação mais fidedigna acerca da vida e das coisas que nela sucedem, ajudá-los a olhar a mesma coisa de ângulos diferentes e ver para além do que os olhos permitem ver. E é quando decidimos embarcar nesta aventura que tomamos consciência, começamos a pensar, reflectir e a questionar os “quês e os porquês”… Ser ou não ser desta ou de outra forma, transmitir esta ou aquela ideia, agir ou não agir mediante determinados princípios e valores. Nesta viagem descobrimos quem realmente somos, e é neste exercício que encontramos respostas para muitas das nossas inquietudes, medos e inseguranças.

Na verdades todos sabemos que não existem receitas mágicas, existem sim infinitos caminhos para cumprirmos a nossa missão!

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Mais vale prevenir – ESTOU AQUI!®

Desde que surgiu o ESTOU AQUI!® que sou utilizadora assídua deste programa. Este foi desenhado para que nunca perca um momento da presença dos seus filhos.

o Programa abrange crianças dos 2 aos 10 anos e está ativo de 1 de junho a 31 de maio de 2019. Este prevê o uso de uma pulseira com um código (apenas conhecido pela PSP) que fará a ligação aos dados pessoais dos Pais. A pulseira pode ser pedida através do preenchimento de formulário disponível no site do programa, sem qualquer custo.

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Fonte: Pinterest

Num mundo ideal nenhuma criança deveria perder-se dos seus pais, mas a realidade é bem diferente. E como todos sabemos, mais vale prevenir que remediar.

Partilho aqui algumas regras básicas, sugeridas pela PSP, que não devemos relativizar:

  • Mantenha um diálogo aberto e apropriado à idade do seu filho;
  • Encoraje-o a falar consigo, a contar com quem brincou e a informá-lo antes de ir a algum lado;
  • Quando estiverem num lugar público, combinem antecipadamente um sítio fácil de identificar no caso de se perderem. Opte por sinais de “ponto de encontro” se existirem;
  • Use roupas vivas e fortes, nomeadamente chapéus, pois são mais fáceis de localizar.

Se a criança DESAPARECER…

  • Mantenha a calma e foque-se no importante;
  • Vá para o último lugar onde a viu ou para um sítio onde possa estar (as crianças pequenas são normalmente atraídas por balões, água, música, etc.);
  • Contacte de imediato o 112 e informe que tem a pulseira do Programa ESTOU AQUI!®.

Boas férias!

 

Dúvidas e partilhas →  amordeducacao@gmail.com

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Natal à porta

IMG_0773O grande dia aproxima-se e na esperança que chegue rápido, crianças e adultos vivem dias atarefados a preparar a festa do Natal. Sente-se a euforia, vive-se a aceleração diária para que nada fique por fazer, faz-se tudo e não se faz nada…

Para uns festa da família,  das prendas, do bacalhau, dos doces, do amor, da partilha, da alegria, para outros, porém, da solidão, das lembranças, das ruas iluminadas, das compras, das noitadas, dos concertos, da Paz e da Esperança.

Dias de andar de casa em casa, dias de andar na estrada, dias de abrir prendas sem fim, dias de ver os tios, os primos, os pais e os avós. Dias de visitar alguém que está longe, dias de sms, conversas no whatsapp e de videochamadas. Dias de folga, dias de trabalho, dias de exageros, dias de cansaço e excitação. Dias de tudo e de nada, dias cheios e vazios…

De tudo o que de bom se vive nesta época, que no corre corre, não nos esqueçamos de transmitir às crianças o verdadeiro sentido do Natal. maior valor está dentro de nós e não nos presentes que compramos ou que o “Pai Natal ” deixa no sapatinho.

Natal está à porta… que o recebamos, com serenidade, para que perdure durante todo o ano!

“As crianças nunca são muito boas para escutar os mais velhos, mas elas nunca falham em imitá-los.”
(James Baldwin)

Votos sinceros de um Feliz Natal 🎄

Conceição Pereira 
Amor d`3ducação
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A desenhar um novo ano

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Cada ano que vai, traz o desejo de um novo ano, novas metas e novos desafios. Traz também o desejo grande de desenhar um novo ano, uma nova sala, uma nova paleta de cores e emoções.

“A organização do espaço da sala é expressão das intenções do/a educador/a e da dinâmica do grupo, sendo indispensável que este/a se interrogue sobre a sua função, finalidades e utilização, de modo a planear e fundamentar as razões dessa organização.” (DGE, 2016)

Nesta fase projeto as minha ideias numa tela mental, pego no meu notebook e faço um brainstorming e uns rabiscos. Sabe tão bem… a mente voa a uma velocidade que me faz viver tudo como se já fosse real.

Penso nas carateristicas do grupo (o mesmo do ano anterior), características e principalmente nas suas necessidades. Projeto o que poderei explorar e desenvolver nas mais diversas áreas, tendo em conta desenvolvimento global de cada criança. Defino o tema central do projeto de sala e os temas a desenvolver ao longo do ano. E por último, mas  não menos importante crio o cenário propício para esta grande aventura.

 Este ano, numa sala de quatro anos, resolvi arriscar e partir  “à descoberta da ciência”. E assim começei a pesquisar sobre o tema.

 As ciências estão presentes nas orientações curriculares para a educação pré- escolar na área de conhecimento do mundo. Nesta área é dada muita importância à curiosidade das crianças e às suas questões sobre o mundo que as rodeia, podendo ser trabalhada “… através de oportunidades de contactar com novas situações que são simultaneamente ocasiões de descoberta e exploração do mundo.

Acresce que trabalhar as ciências na sala de atividades desenvolve diversas áreas de conteúdo, visto que “promove a leitura aquando da pesquisa, estimula o desenho e a escrita aquando da realização de registos e desenvolve o pensamento lógico-matemático quando se estabelecem relações de causa-efeito, condicionais e outras, e se efectuam classificações, seriações, medições e cálculos” (Mata et al., 2004, p.173).

Nas minhas pesquisas encontrei ainda uma a brochura ” Despertar para a ciência”, publicada pelo Ministério da Educação e que em muito me irá orientar neste caminho.

Um outro aspeto importante e a correlacionar na organização da informação é que “Num ambiente de aprendizagem pela ação, as crianças têm a possibilidade de manipular objetos, tomar decisões, fazer escolhas e elaborar planos, bem como de falar e refletir sobre o que estão a fazer, aceitando o apoio de colegas e de adultos, conforme necessário. As crianças que passam por esta experiência de aprendizagem ativa desenvolvem capacidades de pensamento e de raciocínio e uma compreensão de si e das suas relações com os outros” (Hohmann & Weikart, 2011).

Com ideias bem posicionadas, passei à construção da ideia e ao planeamento de todo a ação. Fiz um cróqui das áreas da sala, pensei, despensei, desenhei, idealizei, pintei, apaguei, recortei, rasguei, pinguei, limpei, colei…  com a ajuda da equipa, também bastante empolgada e empenhada em chegarmos ao produto final. Foram dias intensos, envoltos de alguma ansiedade, agitação e grande motivação.

Chegou o dia em que tudo parecia se relacionar, o espaço estava finalmente pronto para receber os “pequenos grandes cientistas”, ávidos de conhecer coisas novas, satisfazer curiosidades, explorar e descobrir o que é afinal esta coisa de estar numa sala de mais crescidos.

“As crianças são “cientistas activos‟ que procuram, constantemente, satisfazer a sua insaciável curiosidade sobre o mundo que as rodeia” (Reis, 2008: 16).

Conceição Pereira 
Amor d`3ducação

Bibliografia consultada:

DEB, (2017). Orientações curriculares para a educação pré-escolar. Lisboa: Ministério da Educação.

Hohmann, M. & Weikart, D. (2011). Educar a Criança. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian

Mata, P, et al (2004) Cientistas de Palmo e Meio. Uma Brincadeira muito séria. In Análise Psicológica. 169-174.

 Reis, P. R. (2008). Investigar e Descobrir – Actividades para a Educação em Ciências nas Primeiras Idades. Chamusca: Edições Cosmos.

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Balanço do ano letivo

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Estes são dias de reflexão, análise e elaboração de um novo ano letivo.

Foi um ano de mudanças, desafiante a vários níveis, mas muito recompensador. Cada ano de prática pedagógica reforço, ainda mais, o sentimento de que nasci com uma missão. Só assim faz sentido!

Em meio, a reuniões e avaliações projetam-se, na minha mente, imagens de um ano repleto de momentos emocionantes, doces, melódicos e cobertos de alegria. Momentos mágicos e, com toda a certeza, únicos que me fazem deslizar pelas marés da vida e enfrentar a ondulação de cabeça erguida. Cheiros e cores únicas, vibrantes e calorosas. Sons agudos, graves e também bons momentos de silêncio.

Dá-me imenso prazer visualizar, rever e relembrar experiências e vivências de um ano memorável, com um grupo fantástico. As crianças conseguem sempre surpreender… dão-nos vida. Com alguma frequência perguntam-me: como consegues estar com tantas crianças ao mesmo tempo? O que fazes para estarem sossegadas? outros afirmam: A tua cabeça ao fim do dia deve estar a explodir! Eu não aguentava! Por norma respondo, que não é assim tão difícil. Há que saber organizar os tempos, definir regras e acima de tudo, estabelecer uma relação emocional de qualidade com cada criança, que é única e com características próprias.

Há uma outra parte importante desta história – os pais. Peça importantíssima neste puzzle. Os pais que nos confiam tesouros e vivem intensamente o processo educativo dos filhos. Para o sucesso desta parceria é fundamental sermos sensíveis, proativos, empáticos e profissionais nas respostas que damos. Os pais tal como as crianças, precisam de nós! É essencial saberem que estamos disponíveis e colaborantes, tendo em vista o sucesso desta aliança pedagógica… que somos, quando ambos permitem, aliados com um só objetivo, o bem-estar e o sucesso da criança.

E assim passou um ano letivo…. um ano intenso… a observar e a contribuir para o desenvolvimento de muitas crianças… grandes conquistas, nomeadamente na área da autonomia e independência, bem como na aquisição de inúmeras competências. Um ano ímpar que irá ficar guardado num cantinho muito especial do meu coração.

Este caminho foi percorrido por mim, graças ao apoio de uma grande equipa, sempre atenta e presente em todos os momentos.

“Por mais humilde que seja, um bom trabalho inspira uma sensação de vitória.”

(Jack Kemp)

Conceição Pereira 
Amor d`3ducação

 

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Viva! Parceria Pumpkin…

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Estou radiante, emocionada…entusiasmada!

A Pumpkin convidou-me para fazer parte da sua equipa, através da publicação de artigos do Amor d`3ducação.

Quando decidi criar o blog, pensei à priori no prazer que me dá escrever e na oportunidade de partilhar experiências. Numa perspetiva de acrescentar valor ao leitor, vislumbrava que tal seria ampliado através de parcerias, que possibilitassem chegar a mais pessoas.

Ano e meio depois e com trinta artigos, eis que surge uma luzinha ao fundo do túnel, a oportunidade para partilhar o que escrevo com quem gosta de ler sobre educação. Acredito que será a primeira de muitas parcerias, pois o objetivo é chegar a mais pessoas e criar sinergias positivas na área da educação.

Muito obrigada Pumpkin pela confiança e por acreditarem no meu amor d`3ducação. Obrigada a todos os leitores pela companhia nesta viagem!

Conceição Pereira 
Amor d`3ducação
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Etapa concluída: defesa da tese…

af4e35463efe440450133e54a8229fdaEm Março de 2011 defendi publicamente a tese de mestrado. Neste dia cumpriu-se mais um objetivo e concluí uma grande etapa que determinei ultrapassar. Partilho convosco, o enquadramento teórico e as questões que me levaram a desbravar este caminho, para melhor compreender se existiam alterações nas interações cuidadores-criança, pós-programa que desenvolvi com quarenta díades, durante quatro semanas em nove instituições (CAT), distribuídas pelos Distritos de Lisboa, Almada e Santarém.

A criança e a necessidade da sua protecção como investimento no futuro da Sociedade, tem sido alvo de debate e investigação, bem como de reflexo de mudanças ao nível da Intervenção Comunitária. Esta é uma questão que tem preocupado os técnicos, pois urge uma melhor definição e conceptualização da prática, para garantir a existência de intervenções assertivas e eficazes.

Para além disso, importa ter em conta que as crianças em acolhimento institucional, ficam privadas de cuidados parentais, num contexto desconhecido e rodeada de pessoas que nunca viram antes. Alem do mais, à instituição é exigida a satisfação das necessidades básicas da criança, no cumprimento da sua função “assistencial”, descurando-se muitas vezes a componente afectiva e relacional.

Esta preocupação não é recente, fazendo a literatura referência a vários estudos que se centram no impacto do acolhimento institucional no desenvolvimento da criança.

Se por um lado existem dúvidas pertinentes face ao acolhimento institucional e à qualidade dos cuidados nele prestados, não se poderá ignorar a necessidade da sua existência.

Nesta perspectiva, será necessário dispor de espaços adequados e, essencialmente, de equipas de profissionais competentes e conscientes das repercussões da sua prática no desenvolvimento da criança. Para além disso, sendo prioritária a defesa do “superior interesse da criança”1, torna-se necessário traçar linhas objectivas que orientem a prática dos cuidadores, capacitando-os para o sucesso na intervenção. Deste modo, afigura-se imprescindível o desenvolvimento de programas que potenciem uma intervenção de qualidade ao nível das interacções no contexto de acolhimento institucional, que promovam a formação e consequentemente a modelagem de interacções positivas.

Acresce ainda que a intervenção precoce é uma ferramenta indispensável na ajuda aos profissionais, para dar resposta às necessidades ao longo das diversas fases de desenvolvimento da criança (Papalaia, Old & Feldman., 1999).

Na literatura é possível identificar programas internacionais de intervenção precoce nas interacções pais-filhos, como o “Parents as Teachers”ou “Healthy Families América”, resultando em alterações ao nível da auto-estima parental, na redução de conflitos e no comportamento da criança.

Em Portugal, investigação na área da intervenção precoce nas interacções pais-filhos é insuficiente. O mesmo se verifica no contexto de acolhimento institucional nas interacções cuidador-criança. Não obstante, foi possível identificar o programa “Desenvolver a Sorrir” (Zuzarte, 2008),   que define como objectivo geral, a intervenção precoce ao nível das interacções e da vinculação pais-filhos. Foi desenvolvido com 19 famílias sinalizadas ao Sistema de Protecção de Menores Português, que beneficiavam de acompanhamento por parte das Equipas de Intervenção Comunitária com Famílias “de Risco” (63,1%) e da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (52,6%).

Dada a necessidade de intervenção nas interacções em acolhimento e tendo a autora deste programa demonstrado interesse em “generalizar a sua aplicação a populações de risco”, surgiu o objectivo de implementá-lo em contexto de acolhimento temporário.

Assim, importa reflectir, questionar e intervir numa perspectiva da alteração de práticas educativas e de profissionalização de cuidados. Que cuidados recebem as crianças actualmente acolhidas? Permanecendo em acolhimento mais tempo que o desejável, que poderá ser feito para diminuir o impacto da institucionalização?

Tendo em conta que alguns autores (e.g Bazon, 1995; Morais & cols., Yunes & cols., 2004) apontam a falta de formação dos cuidadores, como obstáculo à prática, existirão, à semelhança do que acontece com amostras de pais, mudanças nas interacções estabelecidas em acolhimento institucional se as diades participarem em programas de intervenção?

Estas questões serviram de impulso ao presente estudo que poderá trazer uma nova perspectiva das interacções em acolhimento, conferindo-lhe credibilidade e certificação.

Deste modo, será possível “ambicionar” que a intervenção com crianças acolhidas em idades precoces, prime pela qualidade, através de investimento nas relações, minimizando, assim os efeitos dos cuidados institucionais.

Tese integral 

Conceição Pereira
Amor d`3ducação