
Ser Educador de Infância é um “…compromisso de cada indivíduo, consigo próprio e com um projecto claro de vida…” (Carneiro,2003).
Para ser educador de infância, ao contrário do que muitas pessoas ainda pensam, é necessário ter formação especifica na área do desenvolvimento da criança e em pedagogia. Além destas, é igualmente importante a conjugação do perfil adequado com um amor pelo o que se faz, quanto a mim, indispensável.
Do educador é esperado que assegure e acompanhe o crescimento integral das suas crianças, guiando-as até à sua própria aprendizagem, facultando-lhes instrumentos para explorar, descobrir, integrar, desenvolver, interagir, evoluir… Ser educador é ser condutor de aprendizagens, é proporcionar experiências enriquecedoras, é estar em permanente busca, estar comprometido e solidário com o seu projecto, com a sua missão, onde cada criança é uma criança, um mundo, uma visão do futuro.
Ao longo dos anos, a nossa profissão tem vindo a adquirir um lugar próprio e uma importância na educação da Infância, sendo indispensável e insubstituível. A legislação também tem vindo a orientar e enquadrar as questões da infância, contribuindo assim para a valorização dos vários contextos de educação.
No entanto, continuamos a assistir á desvalorização desta categoria profissional, confundindo-se funções e formações, no que toca ao recrutamento e contratação de educadores de infância . Com o aumento da taxa de desemprego e o crescente número de Educadores de Infância à procura de uma oportunidade, assistimos a uma decadência assustadora e preocupante. Muitos, conscientes, conseguem assumir-se com poupa e circunstância e refutar ofertas descabidas, outros porém, em meio ao naufrágio, agarram-se à primeira bóia que lhes atiram. Compreensível, porém inaceitável!
Tenho acompanhado vários grupos de emprego e algumas das mensagens e comentários ilustram bem o desassossego, a inquietude, a turbulência que se vive nesta área. É inadmissível, um profissional que tem nas mãos tal responsabilidade, de quem dependem vidas, a quem se pede que observe, avalie, faça diagnósticos de necessidades, planifique atividades, organize os espaços e os materiais, mobilize e faça gestão de recursos, crie e mantenha as necessárias condições de segurança, de acompanhamento e de bem-estar das crianças, organize festas e respetivos adereços, planei, organize e acompanhe passeios, prepare e desenvolva reuniões … não ser reconhecido de acordo com o seu perfil de funções. E ainda há quem acredite que está é uma área de trabalho simples e que pode ser desempenhada por qualquer pessoa que “goste de crianças” e/ou com “experiência da maternidade”.
Sinceramente… há que lutar pela nossa dignidade e mudar as cores da nossa história.Espero ardentemente que todos os educadores assumam o seu papel, defendam as suas ideias, marquem suas fronteiras, questionem e essencialmente aprendam a ser profissionais informados, experientes e com vontade de ser a cada dia melhores pessoas…
Na vida é preciso ter coragem para ser diferente e muita competência para fazer a diferença!
Conceição Pereira
Amor d`3ducação